Taciano Minervino
A arte existe para nos livrar da realidade. (Friedrich Nietzsche).
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Textos
Não há com o que se preocupar. Será?
 
Em recente entrevista, no dia de ontem, o ministro da fazenda Paulo Guedes, disse em alto e bom som e, para quem quisesse ouvir que não estava preocupado com a alta do dólar, o que no final, segundo ele alavancaria as exportações. De fato seria se a alta não tivesse outras razões, entre americanos e chineses e não só a flutuação do câmbio.

Duas palavrinhas sobre o câmbio:

Em síntese o câmbio flutua por que há mais ou menos moedas disponíveis, neste caso, dólares disponíveis no mercado para a realização das transações financeiras.
 
O grande “achado” do cambio flutuante é falta de intervenção do Estado, ou seja, o nível disponível em dólares é quem designará seu valor e, por este parâmetro o governo federal não intervém, ao contrário de países como a China que determinam suas cotações conforme a sua conveniência.

Em resumo:

Quanto mais dólar houver disponível no mercado, mais esse dinheiro tende a ficar menos valorizado, consequentemente mais barato.

Nosso cambio “artificial” no passado recente:
Em 1994, mas precisamente, em Junho, quando saímos da URV – Unidade Real de Valor e, embarcamos de vez no Real, a nossa moeda chegou a ter paridade com o dólar sendo; R$ 1. para US$ 1. em outubro daquele mesmo ano US$ 1. chegou a custar R$ 0,82. Porém, é dever de oficio explicar que àquela altura o governo brasileiro interveio controlando artificialmente a cotação da moeda norte-americana. Era uma medida necessária para impedir que a cotação da moeda não afetasse os preços e por sua vez a inflação, que deveria permanecer estável. Acabávamos de sair de uma hiperinflação que havia chegado a 80%, algo impensável para os dias atuais.

Durante a entrevista, no dia de ontem, aos principais meios de comunicação do país, o irritadiço ministro da economia Paulo Guedes, não gostou muito de perguntas relacionadas à politica, inclusive, voltou a carga, como fez o Dep. Eduardo Bolsonaro, meses atrás, relembrando a possibilidade de retorno ao AI-5, de 13 de dezembro de 1968, durante o Governo do Ger. Costa e Silva. Segundo o ministro se as pessoas – não sabemos quem – estão a invocar o AI-5, para detenção natural das manifestações, ou pela atenção dada aquele que não está em sintonia com a nova ordem governamental. É preciso ficar atento esse desejo saudosista parece que não cessa e membros isolados do governo adoram relembrar.

De volta a alta do dólar:

O problema central é que ele, o ministro disse: que a cotação alta do dólar a R$ 4,26, ou seja, onde US$ 1.00 vale R$ 4,26, não teria problema algum e poderia subir, o que é mais estranho ainda é que parece até que o Brasil não
tem dependência de importações e logo ficará com déficit maior que o que já amarga hoje. Só pra relembrarmos, em outubro de 2018 o déficit em conta corrente no balanço de pagamentos, ou déficit em conta corrente, que significa a junção da balança comercial com a balança de serviços e as transferências unilaterais do balanço de pagamentos, onde estão registradas todas as transações internacionais de importações e exportações de produtos, serviços, capital financeiro, e transferências comerciais, era de US$ 6,8 bilhões em outubro de 2018, contra US$ 7,9 bilhões, essa variação carrasca se dá terrivelmente porque somos bons em exportar as commodities primarias, como milho, feijão, soja, carne bovina, e dependemos muito dos produtos prontos, ou acabados, que são infinitamente mais caros, como por exemplo a química fina presente nos remédios, da qual o Brasil importa cerca de 85% de tudo que precisa para o consumo da indústria farmacêutica.

Estamos diante de um dilema: Exportamos mercadorias com valores agregados baixos e Importamos produtos acabados com valor agregado muito alto. A conta tende a fechar em desequilíbrio, isto porque, precisamos cada vez mais de reais para honrar dólares e esta balança perversa tende a pender só para um lado.

Some-se a isso a capacidade do Brasil, nos últimos meses de importar coisas que não precisávamos como álcool, gasolina e óleo diesel, em um momento em que a Petrobras tem 30% de sua capacidade instalada (capacidade da indústria produzir) ociosa, medida tomada ainda no Governo Temer , por itermédio do Sr. Pedro Parente. Certamente o Brasil poderia produzir o que hoje importa, mas prefere o sacrificio. 
 
O ministro diz que tudo vai bem porque o Brasil tem reservas e de fato as tem, em um total de US$ 367 bilhões, que estão investidas no exterior do país, pena que a juros zero, uma vez que o mundo está estagnado com essa pirraça entre China e EUA. Aquele dinheiro, que lá está precisa ser muito bem utilizado, haja vista que nos custou muito caro, formado a juros estratosféricos de 14% nos governos PT e mantido no governo Temmer, durante a politica bondosa aos bancos e instituições financeiras que a esquerda débil brasileira fomentou.
 
O governo parece que abandona a economia clássica quando se esquece de que é o consumo das famílias que aquece a economia e que por si é responsável por 60% do impulso motriz “ na moenda econômica brasileira”.

Os motores econômicos; i). Investimento público, ii). Investimento privado, iii).Consumo das famílias, 4. Exportações de mercadorias e serviços estão colapsadas e necessitando urgentemente de ajuda, mas, parece que o governo ainda não viu.

É preciso está atento!
                                                                                         Recife, 27.11.2019

 
Taciano Minervino
Enviado por Taciano Minervino em 27/11/2019
Alterado em 02/12/2019
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