Taciano Minervino
A arte existe para nos livrar da realidade. (Friedrich Nietzsche).
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Textos
Que tiro errado foi esse Luiz?
 
Os ritos do último dia 24 deste janeiro incomum, na grande e mirabolante alavancada do julgamento do ano, para o Brasil, notabilizaram variadas opiniões, inclusive, dignas de bolsas de apostas, a quem é claro, conseguisse acertar o placar ou pelo menos dele se aproximar.

O ex-presidente Lula, principal interessado no resultado, preferiu um lugar anônimo, ou no mínimo “discreto”, uma vez que esteve a “ilustre figura”, sendo procurada como agulha no palheiro, pela impressa, blogs, e mecanismos afins de comunicação ou inflamação social.

Lula para além do bem e do mal contava com vários placares, sendo ele politico nato, como sabemos, ainda que tenha obtido um péssimo resultado, não o catalogou como uma derrota, mesmo saindo escorraçado em um 3 X 0, no mínimo emblemático.

No pensar de Lula, supõe-se é claro, e isso fica muito transparente, quando ele quebra o silêncio, não há nada senão perseguição, uma vez que tanto a lei quantos os tribunais brasileiros, especialmente o que ele intitula como a “republica de Curitiba”, voltam-se contra ele, até mesmo a lei da ficha limpa, sancionada por ele enquanto presidente decidiu persegui-lo.

Como diz o cantor e compositor Otto; “Há sempre um lado que pese e outro que flutua”, no caso do Ex-presidente Lula, a situação tem pesado e muito, sem possibilidades de flutuar.

Saia perdedor e condenado, isto é preso, Lula entrará para história como o maior mártir politico de que se terá notícia, se absolvido, terá logrado o êxito não só da sorte judicialmente atestada, mas, terá recebido a maior produção de marketing positivo de que se tem ideia, já entregue a um pré-candidato no mundo, isto porque, a pelo menos três anos não se fala em outra coisa a não ser na prisão do Lula. O que se capitalizará em seu favor como o maior palanque eleitoral e midiático que já se viu.

O fato é que o Juiz Moro, emplacou sua condenação, e além do mais, o fez com louvor, haja vista que os Desembargadores Gebran, Paulsem e Laus, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre, não só confirmaram a sentença, mas a aumentaram para doze anos e um mês, o que é suficiente para que o ex-presidente passe a ver o sol quadrado, tão logo se esgotem os recursos cabíveis, que neste caso são apenas embargos declaratórios aos quais caberá apenas melhor esclarecer o ocorrido, o que seguramente os Desembargadores não estão interessados em saber.

Não fossem os erros e mal feitos, teria Lula gozado do mais pleno e perfeito título de herói nacional, sob a tutela do operário que chegou ao poder e dividiu e, ainda o que governou com plenitude e que ao final de tudo deixava o governo com mais de 80% de aprovação, como ele mesmo dizia: “nunca antes visto na história do país” . Mas, preferiu o caminho obscuro e dantesco, habitual a todos os outros, de certo modo e em certa medida, fez jus ao medo da Atriz Regina Duarte, na peça publicitaria do PSBD da campanha Lula X Serra em 2006, quando dizia que tinha muito medo de um Lula Presidente.

Se pudesse ver o futuro ela poderia até ter ajustado a fala, e teria medo dos pós-Lula presidente, que parece agora bem mais apropriado. Talvez ela queira retocar a frase! Será?

Outro fato é que Lula não cria apenas um hecatombe em sua biografia, ele e a intrépida trupe do PT, destroem as esperanças de toda uma geração, sobretudo, daqueles que pela primeira vez aos 16 anos saiam de casa, contrariando a opinião dos pais, mais conservadores, para votar e eleger o barbudo que dizia o que ninguém tinha coragem, que contrariava os dogmas, mas que, ao mesmo tempo ascendia uma esperança, porque, trazia uma espécie de novidade fabulosa e se propunha a trazer de volta a esperança e fazer brilhar uma estrela. Pois bem: Tudo parece ter acabado, a estrela se apagou, e só resta o eco daquilo que um dia foi.

Lula, claro, morrerá defendendo a sua tese, que não compreende o erro, tampouco, admite algo que de nocivo tenha sido feito, esquece ele que já esteve do outro lado da mesa e, que sempre defendeu com correção  máxima a apuração dos erros e aplicação de penas mais severas para os que “erram’. - Parece, no mínimo estranho, que agora tudo isso tenha virado perseguição política e que, em passant, pareça a peleja do diabo com o dono do céu – mas, é assim que será até quando der ou até quando ele resistir.

Não se conhece o desfecho dessa novela, mas o fato é que a historia sempre atenta aos detalhes, observará a variedade de estórias que serão contadas tanto de um lado como do outro e, fará seu julgamento oportuno.

Luiz Inácio Lula da Silva, pode ser condenado, preso, e renegado, mas o Lula, não murcha como politico nem como figura mitológica e emblemática no cenário político brasileiro. Se condenado vira uma espécie messiânica midiática e mártir político enclausurado, se absolvido se elege no primeiro turno, porque não foram só os que tem fome de bolsa família que lucraram como ele, há grandes corporações, sobretudo os azes do sistema financeiro que ficaram satisfeitíssimos com os seus governos e juros astronômicos.

Para uma democracia nova como a do Brasil, que se experimenta a cada dia, não seria bom tê-lo novamente na presidência, até porque, isso dá ao sujeito uma falsa ideia de Super homem, que no melhor dos mundos, só atrapalha. A democracia não pode ser confundida com monarquia como se tenta fazer no Brasil, a toda hora, onde se criam verdadeiros clãs e a politica mandatária passar a ser coisa hereditária, passando de pai filho e para os filhos dos filhos.

Com Lula morre a esperança arraigada nos corações da geração dos idos 1990, mas fica a marca indelével de que democracia é para ser coisa de povo, de gente, de qualquer um, e, que deve ser respeitada como a um manto sagrado ao qual não se empreendem máculas, por ser o mais precioso que se tem em um pais. Lula é ou foi o operário que desafiou o paradigma, mas que subverteu conscientemente aos pilares do sistema, cumpriu muito menos que prometeu e ainda sim foi ovacionado por onde passou, agora, por hora, ver-se num turbilhão de negativas, sem dia nem hora para acabar, mas como se diz a meia palavra, tudo passa e, isso também passa, passará.

Dizem que para um político o pior é o ostracismo, não se crê que ele provará desse doce amargo, mas é pouco provável que volte a provar dos manjares a que se habituou, já é possível ouvir o canto estridente das gralhas prenunciando a partida na hora mais escura. Onde estarão os companheiros: Zé, Duda, Genoíno, Mercadante, Gleyce, Lindembergue, e tantos outros? companheiros de caminhadas, companheiros de vida.

Quem verdadeiramente o aguardará do outro lado da margem do rio e, quem lhe fará companhia até chegada mais tarde?

A opinião publica claramente o condena, mas a popular já o absorveu, porque, lamentavelmente padece de carências de primeira necessidade, ou porque se habitou a ter fácil uma certa “mesada”, ou ainda porque tem feito uma infeliz conta simples, na qual se diz que ELE também pode, já que tantos outros fizeram. O fato é que desfecho é um tanto quanto incerto e Lula preso é mais cabo eleitoral que todos os que estão soltos. É preciso paciência para ver além do turbilhão.

A ver, a conferir !

 
Taciano Minervino
Enviado por Taciano Minervino em 05/02/2018
Alterado em 10/02/2018
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